*Estado de Espírito!*


domingo, maio 23, 2010

Paradoxo do Nosso Tempo...*

"Falamos demais,
amamos raramente,
odiamos frequentemente.
Bebemos demais,
gastamos sem critérios.

Conduzimos rápido demais,
ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados,
lemos muito pouco, vemos demasiada TV,
perdemos demasiado tempo em relações virtuais,
e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos os nossos bens,
mas reduzimos os nossos valores.

Aprendemos a sobreviver,
mas não a viver;
adicionamos anos à nossa vida
e não vida aos nossos anos.

Fomos à Lua e voltámos,
mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço,
mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores,
mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas
 poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não o nosso preconceito;
escrevemos mais,
mas aprendemos menos;
planeamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a apressar-nos
e
  não, a esperar.

Construímos mais computadores
para armazenar mais
 informação,
produzir mais cópias do que nunca,
mas comunicamo-nos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food'
e da digestão lenta;
do homem grande, de carácter pequeno;
lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos,
vários divórcios,
casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas,
fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos
e das pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrina e
muito pouco na dispensa."
                                      George Carlin
[*Butterfly*] 

quarta-feira, maio 12, 2010

'Sabia' bem ter-te por perto...

' Habutámo-nos a dar tanta importância ao sexo que deixámos para trás uma série de pequenos gestos que podem, afinal, ser tão grandes. Não há coisas nem grandes nem pequenas, todas são importantes: O sexo é muito importante para a maior parte das pessoas; faz bem à saúde – enquanto praticado de forma segura – massaja a pele, o corpo, o ego e a alma, mas antes do sexo e depois deste há muito para olhar e ver, sentir e saborear, dizer e ouvir, aprender e ensinar, dormir e acordar. Antes e depois do sexo, há o ‘estar’.
Então porque se torna tantas vezes mais difícil ‘estar’ com alguém do que um toca e foge sem consequências de maior? Talvez porque a nossa mente complexa, e não raro perversa, consegue sublimar no sexo a ausência de amor? Ou porque na procura de outro corpo nos abandonamos e com esse abandono esquecemos momentaneamente a nossa solidão? Ou ainda porque na dança erótica do dar e do receber jogamos com o nosso poder? Seja o que for, para muitas pessoas dar uma volta com alguém parece muito mais fácil do que dar um passeio à beira-mar a lamber um gelado e a conversar sobre a vida.

O sexo pelo sexo é uma grande chatice. Talvez sirva os instintos masculinos com eficácia, mas não conheço nenhuma mulher que o veja como um divertimento grato, a não ser esporadicamente. Nós precisamos de algum romance ou, na ausência deste, de respeito, cumplicidade e entendimento, e já agora de algum mimo. Tudo depende da carga que pomos em cada gesto, da sua intensidade, da sua finalidade. Às vezes um pequeno gesto pode ser muito: uma carta, um presente ou um beijo bem dado valem mais do que um orgasmo.

Portanto, se o sexo for entrega e partilha, então ele que venha e que fique, mas se for uma forma de evitar o confronto e a intimidade, se for um escape ou um vício, então prefiro rever um bom filme ou ceder ao meu vício do chocolate.'

[Desculpem a ausência, mas não tem havido tempo :(]
 *Butterfly*